A importância de falar de Natalidade


Se Lucien Febvre e Marc Bloch no sec. XIX diziam que embora com tudo o que têm de mal as epidemias, a guerra, e as catástrofes permitiam que coubéssemos na Terra.

Hoje podemos afirmar que em Portugal e a continuar assim com uma descida tão drástica da natalidade, em poucos anos seremos cerca de 6 milhões.

Ora, urge pensar a nossa sociedade na sua base e criar condições para o aumento da natalidade.

O governo teve a coragem de colocar a temática na agenda política. Mas ainda assim é insuficiente, é um primeiro passo mas não podemos ficar por aqui.

Se questionarmos os nossos jovens sobre as razões para não terem filhos na maioria dos casos rapidamente temos a resposta, restrições financeiras. Restrições estas que se prendem com a vontade dos pais de darem as melhores condições de vida aos seus filhos.

Assim o maior incentivo que pode existir à natalidade é a estabilidade financeira de uma família. Estabilidade essa que só será garantida com emprego dos membros do agregado familiar. 

Quero com isto dizer que uma política de incentivo ao emprego é por certo a maior alavanca à natalidade.

Naturalmente que um pacote legislativo como o apresentado com medidas concretas de incentivo em diversas áreas, é visto como um passo seguro para uma abordagem séria ao problema.

Senão vejamos: 

A possibilidade de os trabalhadores da função pública com filhos ou netos menores de 12 anos poderem trabalhar apenas metade do dia e receberem 60% do ordenado.

O aumento das sanções para as empresas que despeçam grávidas de forma ilegal.

Um beneficio fiscal de 50% na compra de automóveis para as famílias que tenham mais de três filhos a cargo.

Uma reposição do quarto e quinto escalões do abono de família.

A alteração ao código de trabalho no sentido de pai e mãe poderem gozar em simultâneo a licença de parentalidade. E no sentido de dar ao pai mais cinco dias úteis de licença obrigatória, que passaria assim a usufruir de 15 dias, em vez dos atuais 10.

Tornar o acesso à educação pré-escolar universal para as crianças a partir dos quatro anos de idade (em vez dos atuais cinco), numa primeira fase, alargando depois para os três anos, numa fase posterior.

criação de uma comissão especializada permanente para acompanhamento das questões da natalidade no âmbito do Conselho Económico e Social.

A elaboração de um relatório anual sobre natalidade em sede de orçamento do Estado, criação de um portal da família, campanhas variadas de divulgação e incentivo à natalidade.

No entanto, reforço a importância da necessidade de um debate alargado, profundo e sério sobre a sociedade portuguesa e as suas preocupações no que concerne à problemática da natalidade por forma a apontar caminhos que permitam às famílias portuguesa reforçarem a sua coesão e garantir a sucessão.  

Portugal precisa desta reflexão estratégica e de ter na ordem do dia, e no pensamento politico dos governantes nas próximas décadas o objectivo de proporcionar às famílias um verdadeiro incentivo à natalidade.

 

O Secretário Geral da CNAF - Confederação Nacional das Associações de Família

Hugo Oliveira

 

, in diário de Leiria 13 de Maio de 2015

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