Rotas e Destinos, Lugares com História - Caldas da Rainha




Quem visita as Caldas da Rainha não se apercebe necessariamente da sua singularidade. Constata tratar-se de uma cidade simpática e acolhedora, onde se come bem e vive, defendem muitos habitantes, ainda melhor. Aprecia o agradável parque dominado pelo lago, visita o incontornável mercado de frutas e legumes na Praça da República, espreita com curiosidade as lojas que comercializam o artesanato local, tornado famoso por Rafael Bordalo Pinheiro, autor do co-nhecido Zé Povinho.As Caldas, no entanto, são muito mais do que isso: acolhem nada mais nada menos que o primeiro - e, durante muito tempo, o único - hospital termal do mundo, de cujo património fazem também parte as igrejas de Nossa Senhora do Pópulo e de São Sebastião, a Mata Rainha D. Leonor, o Parque D. Carlos I e o Museu do Hospital e das Caldas. Lugares, todos eles, interessantes e cuja visita constitui um verdadeiro mergulho na História.

Esta viagem no tempo remonta a 1485, ano em que D. Leonor, mulher dedicada às artes e à assistência aos necessitados, mandou edificar o hospital. Tal iniciativa terá sido tomada depois de, ao passar na zona, a rainha ter observado gente humilde a banhar-se em água enlameada para acalmar dores e sarar feridas. Como padecia de uma úlcera no peito, resolveu seguir o exemplo e ficou rapidamente curada.

Chamou-lhe Hospital de Nossa Senhora do Pópulo, pois era ao povo que se destinava. Por outro lado, tal designação invoca uma igreja romana muito apreciada pelo cardeal de Alpedrinha, figura fundamental nas negociações com o Papa para que este autorizasse a construção do edifício.

Cerca de três anos depois a unidade hospitalar recebia os primeiros doentes, ministrando-lhes os tratamentos comuns na época e usando como meio terapêutico as águas minero-medicinais que estiveram na sua origem, assim como da povoação que foi crescendo à sua volta.

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